tag:blogger.com,1999:blog-35523293.post5626177602409625407..comments2023-05-30T13:34:11.993+01:00Comments on aparências do real: Os erros de Marx acerca da exploração (3)JOSÉ MANUEL CORREIAhttp://www.blogger.com/profile/02280120851209596215noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-54368598412723918302007-12-21T20:34:00.000+00:002007-12-21T20:34:00.000+00:00A. Levy.Agradeço a sua visita e o seu comentário.G...A. Levy.<BR/><BR/>Agradeço a sua visita e o seu comentário.<BR/>Gostaria que quando tivesse disponibilidade comentasse os temas abordados e as concepções defendidas.<BR/>Cumprimentos.<BR/>JMC.JOSÉ MANUEL CORREIAhttps://www.blogger.com/profile/02280120851209596215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-65858199686463807502007-12-21T20:31:00.000+00:002007-12-21T20:31:00.000+00:00Nelson Anjos.Estou em dívida para consigo, por ain...Nelson Anjos.<BR/><BR/>Estou em dívida para consigo, por ainda não ter respondido aos seus sempre bem-vindos e interessantes comentários. Queira aceitar as minhas desculpas pelo facto. Não está esquecido, mas terá de aguardar por melhor oportunidade. Alterações na vida profissional não me deixam tempo nem disposição para tratar deste sítio como gostaria.<BR/>Cumprimentos.<BR/>JMC.JOSÉ MANUEL CORREIAhttps://www.blogger.com/profile/02280120851209596215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-86390286783648921872007-12-19T14:58:00.000+00:002007-12-19T14:58:00.000+00:00Caro Correia. Atendendo teu convite, aqui estou. L...Caro Correia. Atendendo teu convite, aqui estou. Li o texto "Os erros de Marx..." e admiro teu empenho em debater aspectos da teoria proposta por Marx. Concordo com você que não se pode fazer de O Capital uma Bíblia pela simples razão de que isso seria profundamente anti-dialético. Além disso, é evidente que tanto este trabalho quanto todos os outros de Marx eram obras em desenvolvimento e seguem sendo assim, felizmente. Discordo de toda e qualquer análise que responsabilize Marx pelo que aconteceu na União Soviética porque basta ler seus textos para compreender que Marx não seria piedoso com Stálin e tudo o que foi feito ali em nome de um "marxismo" que nada tinha a ver com Marx. É evidente que Marx cometeu equívocos. Pensar o contrário seria alçá-lo à condição de Deus, o que ele recusaria. Mas é inegável sua contribuição para as ciências humanas e sociais. Minha proposta é dar aos jovens pequenos detalhes para despertar interesse por Marx. Ensina-se pouco Marx. No Brasil, conheço apenas o Centro de Estudos Marxistas da Unicamp, que se dedica a debater e criar conteúdos que utilizam as teses marxistas. Por isso, penso que teus textos não são para muitos, porque são densos, debatem detalhes às vezes inalcançáveis para a maioria. Um abraço: A.LevyAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-41598485247524318472007-11-22T01:12:00.000+00:002007-11-22T01:12:00.000+00:00Viva Nelson Anjos.Agradeço os seus comentários.As ...Viva Nelson Anjos.<BR/><BR/>Agradeço os seus comentários.<BR/><BR/>As questões que levanta são interessantes.<BR/><BR/>Por absoluta falta de tempo, não me é possível responder-lhe nos dias mais próximos; talvez no Domingo.<BR/><BR/>JMC.JOSÉ MANUEL CORREIAhttps://www.blogger.com/profile/02280120851209596215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-69825568504425210222007-11-20T06:19:00.000+00:002007-11-20T06:19:00.000+00:00Bom dia JMCAfinal creio que os tais hieróglifos qu...Bom dia JMC<BR/><BR/>Afinal creio que os tais hieróglifos que JMC teve a bondade de corrigir, se devem não ao computador mas a algum eventual problema de incompatibilidade entre processadores de texto diferentes. Ou então trata-se de um reflexo das recorrentes dificuldades do diálogo luso-angolano :-)<BR/><BR/>Hoje venho destacar e subscrever uma ideia que me parece extremamente importante e que captei, de forma explícita, em dois dos seus textos, concretamente "Acerca do fascismo português" (21-03-2007) e "A memória e o mito do herói anti-fascista" (09-12-2006). Refiro-me à atitude crítica relativamente ao povo que, no discurso político - de esquerda ou de direita - sempre foi bajulado, vitimizado e isentado de responsabilidades no que respeita o devir da história. No caso português, para além do juízo justo já feito do papel desempenhado pelas forças repressivas do regime, com particular destaque para a PIDE e para a liderança política - Salazar - importa referir que uns e outros constituiram também o bode espiatório atrás do qual o tal povo "acobardado" e "servil" foi diluindo e justificando a quota parte das suas responsabilidades.<BR/><BR/>E penso que, para que a história do passado próximo do país fique completa, às culpas da PIDE e de Salazar é necessário juntar, depois do necessário levantamento, as culpas do tal povo que, em muitos momentos apoiou massiva e convictamente o líder, foi aos milhares para a guerra colonial e continua a ir aos milhares a pé a Fátima.<BR/><BR/>Pela importância que tem, penso que seria desejável que JMC desenvolvesse com mais profundidade a ideia.<BR/><BR/>nelsonAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-35523293.post-61718099168628782552007-11-19T05:43:00.000+00:002007-11-19T05:43:00.000+00:00Bom dia JMCAcabo de verificar que o meu computador...Bom dia JMC<BR/><BR/>Acabo de verificar que o meu computador partilha a opinião de Wittgenstein – o essencial está para além da linguagem – e acaba de contribuir com mais uns hieróglifos para enriquecer a expressão escrita. Com o meu pedido de desculpa aqui fica a versão original para substituição.<BR/><BR/>Obrigado<BR/> <BR/>xxxxxxx<BR/><BR/><BR/>Tinha prometido, num dos meus últimos comentários, vir aqui deixar a minha impressão, em geral, sobre a sua crítica ao marxismo, logo que tivesse terminado a leitura dos seus textos e tivesse sobre eles consolidado minimamente alguma opinião.<BR/><BR/>Acontece porém que, tendo feito já, não uma mas várias leituras, pelo menos de alguns dos deles, a tal “opinião geral” afigura-se-me difícil, sob risco de se ficar por generalidades sem qualquer interesse. Com efeito, a dimensão de muitos dos textos e a sua complexidade, a sua já razoável quantidade, aquilo com que concordo, aquilo de que discordo, aquilo que nem sequer ainda compreendi, os diferentes registos usados na abordagem dos assuntos – a preocupação do rigor da lógica científica nuns textos, alternando com um estilo de pendor mais polémico noutros – torna impraticável qualquer abordagem em termos gerais. Decidi pois ficar-me por referências pontuais, em separado, aos aspectos que me suscitaram maior interesse.<BR/><BR/>Mas, antes de mais – e sem qualquer sentimento de bajulação – quero muito sinceramente felicitá-lo pelo que me pareceu ser um exercício notável de grande isenção, lucidez e honestidade intelectual. E manifestar também o sentimento de dívida que sempre me assalta quando, de forma totalmente grátis, alguém me ensina alguma coisa. E, no caso, foram já bastantes coisas.<BR/><BR/>Aproveito também para lembrar, mais uma vez, que não sendo especialista na matéria em discussão, não sou por isso também o interlocutor mais indicado para questionar a argumentação consistente que apresenta em defesa das suas teses, e que por isso os meus comentários não devem ser entendidos como outra coisa que não seja isso mesmo: apenas comentários de leitor leigo. Que é como quem diz: ignorante, mas não o suficiente para ser atrevido.<BR/><BR/>E, colocados cada um no seu devido lugar, vamos ao trabalho. Tomei como tema para esta nota, não a sua opinião acerca das teses de Marx – que conheço mal e que ficará para outras ocasiões – mas principalmente alguns aspectos do método de análise que o conduziu às conclusões. E parto de uma ideia sua que constitui tónica presente na generalidade dos textos: refiro-me à natureza de profecia que atribui a determinados aspectos da ideologia marxista, nomeadamente a previsão da sociedade comunista, e, em consequência, a sua implícita desvalorização. Em contrapartida, por outro lado, a sua argumentação mantém um apelo permanente à validação exclusiva pela via empírica, segundo uma ortodoxia que me parece extremamente próxima de Hume.<BR/><BR/>Independentemente de se tratar ou não de uma referência assumida – ou até de equívoco de interpretação meu que, se for o caso, JMC se encarregará de desfazer – quero a propósito fazer algumas considerações. Como exercício de uma certa escola de lógica fascina-me ainda hoje o pensamento de Hume e, em certo sentido, julgo que foi também revolucionária a sua intenção de transpor para o mundo do homem – para a psicologia, dado que a sociologia ainda não existia – o racionalismo científico de Newton. Mas acontece também que, como JMC decerto saberá muito melhor do que eu, o empirismo levado aos extremos a que Hume o levou, redundou na forma de cepticismo que mais tarde Hegel viria a fazer notar.<BR/><BR/>Acontece que qualquer instrumento de análise e de entendimento do real tem sempre alcance limitado, ultrapassados cujos limites produz “desfocagem”. Tal como as lentes. De tal modo que, quando em fins do século XIX princípios do século XX o homem começou a questionar, a novos níveis de profundidade, fenómenos da natureza a que até então não tinha dado ainda atenção, foi confrontado com “problemas de visão” e teve que mudar de “óculos”. As “lentes” do racionalismo que vinham desde Descartes tinham chegado ao limite das suas possibilidades, e a mecânica de Newton não tinha já espaço que permitisse acomodar explicação para as novas perguntas.<BR/><BR/>A possibilidade de espreitar para um nível mais profundo da realidade teve início quando alguns jovens “tresloucados” começaram a falar de “coisas”, relativamente às quais eram eles os primeiros a não saber muito bem do que se tratava. Que não poucas vezes, aos olhos dos velhos físicos, foram tomadas mais como subversões com laivos de magia, do que propriamente como ciência séria. Por não serem levados a sério, alguns chegaram mesmo a enlouquecer e outros suicidaram-se.<BR/><BR/>Contudo o novo pensamento ganhou massa crítica e uma torrente de espíritos audazes como Planck, Einstein, Bohr, e muitos outros irrompeu a proferir heresias e “profecias” que, em muitos casos, apenas muitos anos mais tarde se viriam a confirmar (há poucos dias ainda, foi notícia de jornal a confirmação de uma das diversas profecias de Einstein: a possibilidade de verificar o fenómeno da dilatação do tempo, medindo-a). O tempo e o espaço deixaram de ser os de Kant, ganharam materialidade e passaram a poder “encurvar-se”. Em Heisemberg a certeza tornou-se incerteza e o carácter ambíguo atribuído à teoria veio a confirmar-se que afinal pertencia ao real. Massa ou energia? Ondulatório ou corpuscular? – Cada uma das duas “coisas” das antigas dicotomias eram afinal a mesma “coisa”. E a independência cartesiana entre observador (sujeito) e objecto observado, verificou-se não passar também daquilo a que JMC poderia, com propriedade, chamar de uma “aparência do real”. Foi assim, suspeita de magia umas vezes e acusada de deriva religiosa outras, que nasceu aquilo que se continua a designar por física moderna, e que veio acrescentar à história das ciências um rol de novas profecias, muitas delas que se viriam a confirmar, e até utopias, – que só o foram apenas enquanto a capacidade, o engenho e o voluntarismo humano as não tornaram realidade.<BR/><BR/>Tudo isto deixou um rasto convidativo a uma epistemologia nova, que contudo nunca contagiou as ciências sociais. Aí, tudo se manteve, ao longo do século, sem um fio condutor, aboletado e encolhido em guetos e cativo do velho espírito que servira a física mecanicista de Newton. E, ao contrário do que Hume fizera, ninguém tentou transpor para o plano das ciências sociais a inquietação e os modelos do novo espírito científico, produzidos no estudo da natureza, de forma a poder lançar um olhar mais profundo sobre o homem e o seu comportamento social. O estruturalismo, nas décadas de 60/70 parece ter sido a última corrente de ar que se pretendia fresco, que contudo nunca reverteu em qualquer dinâmica nova ou duradoura.<BR/><BR/>Poderá sempre dizer-se que o fenómeno não é novo e que em muitos outros períodos da história ocorreram situações de profunda assimetria e desenvolvimento díspar em diferentes áreas do saber humano. Ao ler há dias Marc Bloch reparei que também ele se interrogava acerca das razões que estiveram na origem de, na idade média, a unidade, a harmonia e a disciplina que caracterizavam a arquitectura, terem coexistido com a anarquia, e a falta de rumo e de unidade do direito.<BR/><BR/>Penso que o homem e o social são fenómenos que já foram identificados há muito como extremamente complexos, e dificilmente explicáveis na base do uso dos instrumentos de análise de momento disponíveis. Se eu fosse discípulo de Hume diria que, afirmar a impossibilidade do comunismo constitui uma profecia tão arriscada como afirmar o contrário. Mas prefiro não ir por aí. Embora me pareça também não fazer de todo hoje sentido, esperar, ou promover, qualquer forma de intervenção social que tenha por objectivo a prossecução de um tal modelo, seja ele o que for. E, admitindo que a tal profecia comunista de Marx nunca se venha a cumprir, não me parece contudo que tal se venha a ficar a dever ao facto de se tratar de uma profecia. <BR/><BR/>Como isto já vai longo, vou-me ficar por aqui. Há tempos uma pessoa amiga terminava um relambório destes, que me dirigiu, com uma frase que atribuía ao Padre António Vieira. Faço minhas as palavras dela: “desculpe ter escrito tanto, mas não sei o suficiente para escrever menos”.<BR/><BR/>Um bom fim-de-semana e até uma próxima oportunidade. Entretanto continuarei atento ao seu trabalho.<BR/><BR/>nelsonAnonymousnoreply@blogger.com