sexta-feira, 2 de março de 2007

A política e os arroubos de paixão...

A uma puta desvairada deu mais um arroubo de paixão... Não se trata do retorno a um qualquer parque, à luz diáfana da Lua, com disfarce de cabeleira loira, beiços berrantes frementes de desejo, vestes espampanantes, qual travesti de fetiche por bela actriz. Não. Trata-se de uma tentativa de regresso às luzes ofuscantes da ribalta que a reles meretriz sempre ansiou.

As pulsões são fortes, demasiado fortes para poderem ser contidas por muito tempo; obrigam a forçar barreiras, a quebrar regras, para alcançar fugazes momentos de prazer. Chefes legítimos, leis com regras e prazos? Que se danem tais biltres, regras e demais tralha, que os calores apertam, as aias acicatam e o espelho (oh espelho, espelho meu...) incentiva! É sua sina ter desejo e ser também desejada. Triste sina a da má vida...

Noutro palco, outra farsa se desenrola. Um séquito de jovens aduladores desesperados que se têm entretido brincando à política, destituídos do protagonismo com que brevemente foram bafejados, clamam pelo regresso do Messias a quem tudo devem e de quem esperam a salvação. Qual fénix renascida numa manhã de nevoeiro, emergindo vigoroso do limbo para onde calculadamente se remetera, respondendo aos incessantes apelos um Sebastião aperaltado como costuma proclama às hostes e ao País, com pompa e circunstância: Eis-me, eu sou o salvador!

Sebastião e a rameira, personagens controversas, de humores instáveis, conflituam na mesma realidade, vazios de princípios éticos, proclamando valores que não praticam, vendendo hipocrisia e mentira, alardeando o glamour da futilidade, oferecendo o abismo ideológico do populismo, tudo ao serviço da desmedida ambição.

Como se deverão consertar as personalidades tão perturbadas desta triste história? Não se sabe se com carga de varapau (eleitoral, é claro), se com tratamento psiquiátrico (em sessões de divã acolchoado, como também é claro).

E que pensar do País que exibe como capital de esperança personagens que querem transformar a política em palco dos seus dramas pessoais?

Ai Portugal, Portugal... de que estás à espera?

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