segunda-feira, 2 de março de 2015

Estes melros da corja...

...são uns exemplos de conduta para o povoléu: por vezes, trabalham à borliú (e então só recebem por despesas), em geral, desconhecem as más leis que aprovam (como a da obrigatoriedade de contribuir para a SS), quando alguém lhes lembra que devem as contribuições esquecem-se de as pagar (ou deixam o pagamento para mais tarde, para não atrapalharem os serviços), por fim, quando outro alguém (certamente por malvadez) traz o caso a público apressam-se a pagá-las (quando em boa verdade já não eram dívidas, porque entretanto tinham prescrito), e como, passados tantos anos, ainda um outro alguém se esqueceu de parte das ditas e dos respectivos juros de mora recebem por isso um bónus e pagam com desconto. Com tantos problemas de memória, eles, afinal, não sendo santos, são de honradez a toda a prova, como enchem a boca, e uns mãos-largas, até pagam o que não devem.

O melro que de motoreta vai pró trabalho, então, é um amigalhaço de primeira apanha. Ao que parece, apenas dos restantes melros, porque do povoléu é adversário temível, do tipo descasca pessegueiro, usando e abusando da cobrança coerciva e da penhora e ululando ao pôr cada vez mais pessoal na Sopa do Sidónio (agora, a Sopa do Mota). Já do companheiro melro é amigo do peito. O devedor não o era porque devesse, mas por erro dos serviços, que não o notificaram em devido tempo ou pelos meios mais adequados para pagar o que supostamente deveria. Uma vítima do sistema, portanto, afiança o moço de fretes vindo pressuroso em socorro. É caso para dizer-se: estes melros da corja são mesmo uns pândegos, e qual deles o melhor! Tão ingénuos e tão cândidos que eles são! Ora digam lá, seus invejosos e outros mal-intencionados, que não são uns amores?


PS-O Mota da motoreta voltou à carga para reafirmar que o outro melro pagou tudo... o que não devia. Mas não explicou como descobriu o tudo nem de quais a quais anos reportava. Os melros têm muitas coisas de menos, mas lata não lhes falta.

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