quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Cuba: o partido comunista da nação

Leio no Avante (sim, não se admirem, leio as gordas do Avante assiduamente, não religiosamente… porque me rio e sorrio com cada uma que lá vem) que na versão da nova constituição cubana aprovada para ser consagrada o Partido Comunista Cubano passou a ser designado por “partido da nação cubana”. Não por partido da classe operária, ou dos trabalhadores, ou do povo (essa coisa tão ambígua onde cabe tudo o que lá quiserem pôr), mas por “partido da nação cubana”.

Um tal salto ideológico seria uma novidade se o Partido Comunista Cubano fosse um partido marxista-leninista, mas, pelo que leio, ele passou a ser (ou sempre terá sido… sei lá) “martiano, fidelista e marxista-leninista”. Depois da total ausência de escrúpulos que levou a que o Partido Comunista da China fosse transformado num partido de todo o povo (na esteira do que o Brejnev pretendia fazer com o Partido Comunista da URSS) isto já não surpreende.

O que pode surpreender é as burocracias de regimes totalitários (ou as que aspiram a sê-lo) ainda não terem ganhado coragem para arranjarem uma designação mais coerente para os seus partidos. Por enquanto, ficam-se pela farsa de transformarem os partidos comunistas em partidos de todo o povo (ou, no caso cubano, da nação), mas mesmo para vigaristas de tal calibre “o que tem de ser tem muita força”, e lá chegará o tempo… Falam os “comunistas” da falta de escrúpulos dos capitalistas privados e dos seus burocratas, como se não fossem iguais ou piores.

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