quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Debate Costa vs Jerónimo: "mas algum primeiro-ministro no mundo provoca eleições antecipadas no meio de uma crise destas?"


O debate eleitoral entre António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS, e Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, atingiu um ponto alto da habitual hipocrisia usada na política. Tó gosta do poleiro, o homem das empresas e das famílias, para quem não existem capitalistas e trabalhadores, baralhou e encostou às cordas o cordato Jerónimo, o homem dos trabalhadores, do povo e do país, a quem faltou a coragem para responder à questão-chave colocada no debate.

Disse o matreiro, à laia de pergunta, “se alguém acha que um primeiro-ministro, no meio da mais grave crise sanitária que alguma vez tivemos de viver, no meio de uma enorme incerteza em que tivemos de governar estes dois anos… neste momento de uma enorme incerteza, onde tivemos a maior crise económica que o país alguma vez teve, onde fizemos das tripas coração, tudo para andar a proteger empresas, proteger empregos, proteger rendimentos, numa crise económica destas, mas algum primeiro-ministro quer abrir uma crise e quer ir para eleições? Mas alguém, mas algum primeiro-ministro no mundo provoca eleições antecipadas no meio de uma crise destas?”.

Jerónimo de Sousa não ripostou com a frontalidade que se mostrava necessária, justificando a acusação do PCP, que os factos corroboram plenamente, de que com a proposta de Orçamento do Estado o governo e o PS não procuravam soluções mas pretendiam eleições: sim, o primeiro-ministro de Portugal, o homem para quem o salário mínimo possível em 2023 era de 750 euro e que agora, ainda “no meio de uma crise destas”, à laia de rebuçado de engodo eleitoral afirma no programa eleitoral do PS que o salário mínimo em 2026 já será de 900 euro.


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