sexta-feira, 4 de março de 2022

A parada do “mundo livre” está subindo perigosamente


Passada a fase inicial da propaganda de que as tropas russas estariam a provocar “um genocídio” do martirizado povo ucraniano, que perante o exíguo número de mortos civis a realidade foi acabando por desmentir, a fase seguinte foi a de que escolas, creches, hospitais, maternidades e edifícios de habitação estariam sendo atacados deliberadamente. Como a realidade, apesar da intoxicação propagandística sem precedentes, também se foi encarregando de desmentir esta sanha assassina, a histeria propagandística volta-se agora para o ataque que estaria a ser levado a cabo contra centrais eléctricas nucleares.

Pelos vistos, as tropas russas têm uma predilecção por alvos não militares, e precisamente por aqueles em cujo perímetro é suposto não haver tropas inimigas, como mandam as regras da guerra, e porque é assim, lutando contra moinhos de vento, que se ganham as guerras. Já tinham combatido contra a central eléctrica nuclear encerrada de Chernobyl, provocando o aumento dos níveis de radiação, e insistem de seguida na central eléctrica nuclear de Zaporizhzhya, nos arredores da cidade de Enerhodar, no sudeste do país, em cujo perímetro também seria suposto não haver tropa regular ucraniana nem companhias do batalhão AZOV nem milicianos neo-nazis, e onde terão provocado um incêndio. Comprova-se assim que os comandantes das tropas russas só podem estar loucos, aliás, como do Presidente do seu país diz a propaganda do “mundo livre”.

Ao início desta madrugada (há pouco) ouvi (TVI/CNN Portugal) que a Comissão Internacional de Energia Atómica terá solicitado à NATO a interdição do espaço aéreo ucraniano, não vão as tropas russas ensandecerem de todo e pôrem-se a atacar as centrais eléctricas nucleares ucranianas a partir do ar, de onde os disparos de misseis, mais precisos, não falharão os alvos. Esta gente, se não ensandeceu de todo, procura desesperadamente um pretexto para a intervenção da NATO no conflito. Como a primeira provocação (o afundamento de um pesqueiro de país pertencente à NATO) pareceu pouco credível e não produziu os efeitos procurados, volta-se agora para a efabulação de ataques a centrais eléctricas nucleares. A este propósito, li no site da “Rádio Observador” que o Presidente ucraniano acusou “a Rússia de “terrorismo nuclear” e de querer repetir o desastre de Chernobyl”. Certamente não irão faltar outras provocações.

Não recordo agora onde, li que os primeiros de “16 000 voluntários militares estrangeiros” terão já chegado ao país. Sobre este assunto, a Chéquia terá aprovado a amnistia de nacionais seus que combatam na Ucrânia, e “a Legião Nacional Georgiana, uma unidade paramilitar organizada em 2014 para “enfrentar a agressão da Rússia” no Donbass”, umas semanas antes do início da invasão russa começara “um novo processo de recrutamento de soldados estrangeiros”, nomeadamente georgianos, norte-americanos, britânicos, australianos, italianos e alemães. Mesmo com tantos milhares de nacionais ucranianos retidos no seu país, proibidos de saírem acompanhando as suas famílias procurando refúgio nos países vizinhos da UE/NATO, e de outros milhares que terão chegado ao país para lutarem contra o inimigo, a Ucrânia, afinal, necessita de voluntários estrangeiros (que alguém pagará).

Assim como ouvi também (TVI/CNN Portugal) e li (DN) que o Presidente dos EUA, Joe Biden, com envolvimento directo já antigo na política de desestabilização da Ucrânia necessária para a teia, telefonou ao jovem Presidente, com quem terá mantido contactos regulares, pois “têm uma linha directa através de um telefone de satélite encriptado que foi fornecido pelos EUA ao Presidente da Ucrânia”. Parece, afinal, que o Presidente da Ucrânia não estará assim tão só quanto a propaganda do “mundo livre” tem querido fazer crer. Verifica-se, portanto, que a parada propagandística do “mundo livre” está subindo perigosamente, à medida que a realidade vai pondo a descoberto o que verdadeiramente poderá estar por detrás da guerra: a reacção da Rússia à grande provocação que paulatinamente lhe vem sendo dirigida, urdida pelo “mundo livre” usando a Ucrânia como ponta de lança de conveniência, no intuito de enfraquecê-la e de reduzir a sua importância económica e política, provocando, por tabela, a desestabilização económica na UE, à medida dos interesses estratégicos dos EUA.

A intensíssima campanha de propaganda focada no “genocídio” do martirizado povo ucraniano que estaria sendo levado a cabo pelas tropas russas que invadiram a Ucrânia foca-se agora no perigo nuclear. Falhada a primeira tentativa, em Chernobyl, e a segunda, em Zaporizhzhya, na Ucrânia existem ainda mais umas quantas centrais eléctricas nucleares onde uma séria provocação poderá ser montada para confirmar a tese propagandística. Se assim acontecer, o “mundo livre” terá encontrado finalmente as “armas de destruição maciça” deste “inimigo louco”. Os repetidos apelos do jovem Presidente ucraniano para a entrada da NATO na guerra não têm surtido efeito até agora. Mas não é de excluir, enquanto tal não acontece, que países membros das redondezas estejam manobrando para intervenções isoladas. Perante a incapacidade da aviação de combate ucraniana, a utilização da aviação de combate estrangeira no conflito, sob o pretexto da interdição do espaço aéreo ucraniano, reclamada agora, é uma forte possibilidade.

E que jeitão daria a entrada da aviação de combate do “mundo livre” nos céus da Ucrânia, numa altura em que a coluna de carros de combate do “inimigo louco” que se dirigia para o cerco de Kiev se desloca vagarosamente, devido a “grande resistência” por parte da Ucrânia, ou estará mesmo parada esperando por abastecimentos (peças, combustível, munições e “rações”), à mercê de fácil destruição. Já vi filme parecido aquando da primeira guerra do Iraque (1991) e a aviação de combate norte-americana bombardeava e destruía uma extensa coluna de carros de combate e de camiões de transporte iraquianos que abandonara o Kuwait e regressava a Bagdad. Isto enquanto o “inimigo louco” ainda nem cumpriu a ameaça que fez ao “mundo livre” de usar as verdadeiras armas de destruição maciça de que, de facto, dispõe. Esta gente parece ter-se esquecido da ameaça do “inimigo louco”, ou então é ela que estará louca de verdade.

Ou louco estarei eu, que aqui escrevi estas merdas e continuo classificando a invasão da Ucrânia pela Rússia como guerra de agressão, que o é de facto, independentemente do formalismo arranjado para lhe dar cobertura (ao abrigo do qual foi desencadeada) e das eventuais razões que possam atenuar a culpa do agressor, e que desejo o retorno urgente da diplomacia para pôr fim a este grave conflito antes que seja tarde de mais. Porque a perigosa estupidez e irresponsabilidade que por aí vai é muito preocupante.


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