sexta-feira, 29 de abril de 2022

EUA “tudo farão para enfraquecer a Rússia”…


Embora este tenha sido desde sempre o seu objectivo, os EUA deixaram agora de o esconder e dizem-no abertamente. E justificam que será “para que a Rússia não possa voltar a fazer o que está fazendo na Ucrânia”. Trocado por miúdos: “para que a Rússia não tenha a veleidade de enfrentar de novo os EUA”. Daí que se tenham prestado a arcar com a maior parte das despesas para suportar o prolongamento da guerra e empenhado a dar as ordens ao farsante Presidente da Ucrânia. Os “avançados mentais” de direita e de extrema-direita “avençados” e engajados na despudorada campanha de manipulação de massas que por aí vai, cegos pela raiva, calam o facto e continuam a vomitar atoardas de louvaminha ao regime fascista ucraniano, tratando-nos como “atrasados mentais”.

Para este seu objectivo, os EUA usaram a Ucrânia como ponta de lança numa guerra por procuração. Como as coisas parece não estarem correndo como previsto, apesar da incapacidade da Rússia em armamento moderno para enfrentar uma guerra contra uma tão grande coligação que se formou contra si e das burradas tácticas que tem cometido (a incursão nortenha de cerco a Kiev e agora os atrasos na ofensiva no Donbass, previamente anunciada!), os EUA juntaram há pouco (numa sua base militar na Alemanha, veja-se o ponto a que isto chegou) 40 aliados (não se sabe quantos exteriores à NATO, porque além do Japão, da Coreia do Sul e da Austrália não foram nomeados outros) e manobram na India e no Paquistão, em ameaça não só à Rússia mas também à China.

Além do rearmamento em misseis, armas pesadas, aviação de combate e munições (por doação, por empréstimo, por aluguer ou por venda) e do pagamento das despesas de funcionamento do Estado falhado (das pensões dos reformados aos salários do funcionalismo civil e das forças armadas de mais de 500 000 efectivos e de milhares de mercenários), por empréstimos, pelo ouro ucraniano que têm bem arrecadado e pelas receitas dos bens roubados aos russos, os EUA procuram também abrir na Transnístria uma segunda frente de guerra contra a Rússia, envolvendo nessa manobra a Moldávia (país não pertencente à NATO, como convém), que em seu “socorro” poderá juntar rapidamente mais de 15 000 efectivos da Polónia e da Roménia (membros da NATO) e da Ucrânia. E esta escalada da guerra, que poderá não ficar por aqui e chegar ao envolvimento mais directo da Polónia sob um qualquer pretexto, está sendo atribuída aos russos.

Se a Rússia cair nesta nova esparrela, dispersando as suas forças, mete-se numa camisa-de-onze-varas de onde poderá não sair, comprometendo as possibilidades de êxito da sua aventura guerreira na Ucrânia. Pode optar por não responder, sacrificando as reduzidas forças que lá tem estacionadas, mais um volumoso paiol de munições, e abandonando as populações moldavas russófonas à fúria de neo-nazis ucranianos e à raiva xenófoba de polacos e de romenos, deixando a resolução do problema para mais tarde. Deste modo, poria a nu a agressividade do regime ucraniano e dos seus aliados e o que verdadeiramente se joga na Ucrânia. Será doloroso, mas poderá não ter outra escolha.

O Secretário-Geral da ONU, o grotesco António Guterres, que no dia seguinte à invasão a condenou, violando o seu dever de neutralidade, afirmou emocionado na sua recente visita a Kiev que “uma guerra no século XXI é absurdo”, esquecendo-se das muitas guerras ocorridas neste século, dos seus horrores e autores. Apesar do pouco que propôs e obteve da Rússia, a sua anuência para a abertura de um corredor humanitário em Mariupol, para a saída de civis do complexo siderúrgico Azovstal, nada disse sobre a condição posta pelo farsante Presidente da Ucrânia de que só aceitaria se o dito fosse para civis e soldados, milicianos e mercenários, como se os combatentes não tivessem a rendição como alternativa ao combate e à morte e por obrigação a retirada dos civis que têm em seu poder.

Até agora as coisas parecem estar incertas para os EUA, apesar das dificuldades das forças da Federação Russa no terreno. Tanto assim que à habitual agressividade da porta-voz da Casa Branca, a secretária do governo para a imprensa, Jen Psaki, nas suas frequentes comunicações, junta-se agora a farsa da comunicação emocionada do porta-voz do Pentágono, o Estado-Maior das forças armadas (o verdadeiro ministério da guerra), dirigindo novos insultos ao Presidente da Federação Russa. Esta gente, que representa a potência imperialista dominante, que só neste século tem perpetrado as guerras mais destruidoras e mortíferas e que urdiu uma enorme provocação à Rússia e dirige a guerra por procuração que lhe moveu, perdeu todo o pudor e mostra com esplendor o seu cinismo.

Os EUA têm procurado envolver a China no conflito. Primeiro, lançando a suspeita de que estaria fornecendo armamento à Rússia, depois sugerindo-a como mediadora e por fim criticando-a por não condenar a invasão. Ao mesmo tempo, foram ameaçando-a com sanções e realizando provocações diversas (acerca de Taiwan e, mais recentemente, a propósito da aproximação das Ilhas Salomão à China). Mais tarde ou mais cedo, se a Rússia correr o risco da derrota, a China tomará o seu partido fornecendo-lhe o equipamento militar necessário para a guerra electrónica de que ela não dispõe nem tem capacidade de produzir em tempo útil. Mesmo que esta não seja para si a melhor altura (pela recessão económica e pela pandemia Covid-19), a China sabe que o mundo não voltará a ser como dantes e que quanto mais débil ficar o seu aliado mais frágil ela própria ficará como o alvo que se segue da potência imperialista dominante.


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