sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O oportunismo ao rubro de verde vestido (XI). Eleições autárquicas 2021: nova corrida, outra banhada. Ora digam lá que o papel de muleta da corja não dá um resultadão?


Sempre que se aproxima a data da aprovação anual do Orçamento do Estado intensifica-se o namoro entre o PS e o PCP, com a troca de galhardetes e de elogios mútuos. Tem sido assim desde que o PCP ajudou o PS a retomar o poder em 2015, e de forma mais notória a partir de 2019. Apesar das lamúrias do PCP acerca da recusa sistemática do PS em aceitar as suas propostas mais importantes (que já de si são muito moderadas), ou em aproximar-se delas, e do reiterado não cumprimento (via cativações e outros subterfúgios) de medidas orçamentais de compromisso acordadas, tudo leva a crer que o PCP se prepara para viabilizar a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano. A confirmar-se, será mais um caso típico da farsa e da hipocrisia em que se vem enredando o desvio de direita da direcção do PCP, que em palavras diz desaprovar a “política de direita” do PS e na prática contribui para a aprovação dessa política. A indigência da direcção do PCP cansa, descredibiliza o partido e acabará irremediavelmente por reduzir ainda mais a sua já pequena representatividade social, com reflexos no declínio da sua expressividade eleitoral. E é pena. O homem dos adágios deveria lembrar-se de que "a quem muito se abaixa o cu lhe aparece".